Teoria da Personalidade e Ativação da Identidade

Será possível mudar a personalidade?

Para responder essa pergunta, precisamos entender como a personalidade é formada:

A personalidade é constituída por: 

  • Fatores genéticos e biológicos

  • Ambiente e experiência

  • Interpretação de mundo

E engloba:

  • Formas de pensar, crenças, valores

  • Emoções, sentimentos, humor

  • Ações, reações, hábitos

Diante disso, podemos concluir que a personalidade pode ser mutável, pois:

  • Fatores genéticos e biológicos, muitas vezes, precisam de gatilhos para se manifestarem

  • Podemos mudar de ambiente e escolher experiências

  • A interpretação de mundo é algo pessoal e pode ser gerenciada pela mente 

  • Formas de pensar, crenças, valores, até certo ponto são mutáveis

  • Emoções, sentimentos e humor, podem ser estimulados e desestimulados

  • Ações, reações e hábitos podem ser construídos conscientemente 



  Entretanto, há uma parte da personalidade profundamente enraizada, imutável. Esta é a nossa identidade - o que chamamos de essência.

  Ela é fundamentada em princípios muito sólidos e padrões neurobiológicos muito difíceis ou mesmo impossíveis de serem modificados - como no caso da psicopatia e narcisismo.

  Quando falamos em busca pelo verdadeiro eu, falamos do reconhecimento dessa estrutura da personalidade - sua identidade

 Qual é a identidade que fundamenta, molda, transforma e estabiliza a sua personalidade?

 No tarot, existe uma imagem que representa muito bem isso que estamos tratando aqui: 

 A Roda da Fortuna

A Roda da Fortuna é um dos arcanos maiores mais enigmáticos do Tarot. Ela fala de ciclos, destino, mudanças inevitáveis, movimento da vida que nunca permanece estático. Mas existe um detalhe essencial: a roda só gira em torno de um centro fixo.

Fazendo esse paralelo com a personalidade e a identidade:

  • A roda (personalidade):
    A personalidade é como a borda da roda, constantemente em movimento, reagindo às circunstâncias, às pessoas, ao meio. Ela se adapta, gira, experimenta altos e baixos. Assim como a Roda da Fortuna mostra que ora estamos no topo, ora embaixo, a personalidade é transitória, influenciada por emoções, crenças e papéis momentâneos.

  O perigo está em se identificar apenas com a roda e não com o centro. Quando nos confundimos com a personalidade, passamos a acreditar que somos as vitórias ou os fracassos, os rótulos ou os papéis que desempenhamos. Isso nos torna instáveis, porque, se a roda cai, caímos junto. O “eu” se fragmenta a cada mudança externa, e acabamos vivendo em função da aprovação, do controle ou do medo da perda.

  • O centro (identidade real):
    Já a identidade profunda é o eixo fixo da roda. É a parte de nós que não se altera, mesmo quando tudo gira em volta. Esse centro representa o eu real, silencioso e sólido. Quando nos ancoramos nele, não deixamos que os altos nos iludam nem que os baixos nos destruam.

O aprendizado da Roda da Fortuna é claro: Viver na borda da roda é viver em vulnerabilidade constante. Mas habitar o centro é descobrir a paz de ser quem se é, independentemente das voltas do destino.

E agora eu te pergunto: - Quem é você para além da ira, do desejo, da desesperança, do vício, da derrota, da conquista ou dos títulos que carrega?

As crenças limitantes funcionam como lentes distorcidas: em vez de mostrar a visão clara de quem você realmente é, elas projetam imagens reducionistas, moldadas por experiências de dor, críticas, comparações ou medos.

  Quando você se identifica com essas crenças - “não sou capaz”, “não mereço”, “sempre vou fracassar”, “preciso ser aceita(o) para ter valor” - cria uma espécie de armadura que impede o contato direto com sua identidade real. Essa identidade não é frágil nem insegura, mas plena, livre e criadora.

  É como se a crença limitante fosse um véu: ela não destrói a sua essência, apenas encobre a visão dela. Quanto mais você alimenta esses padrões, mais distante fica de experimentar a liberdade de ser quem já é, sem precisar provar, agradar ou se encaixar. O Método IRC + Análise Comportamental, pode te ajudar a identificar e eliminar essas crenças, reconhecer e ativar sua identidade mais rapidamente, sem ser necessário muitos meses, ou anos de terapias.

MÉTODO IRC E ANÁLISE COMPORTAMENTAL

Boa parte do meu trabalho com o Método IRC e com a Análise Comportamental gira em torno de algo que parece simples, mas é profundamente transformador: a identificação dos valores e princípios pessoais. Esse é o primeiro passo depois do desbloqueio das crenças limitantes, que muitas vezes estão na raiz de esquemas mentais disfuncionais e distorcem a visão de si mesmo.

 As crenças atuam como filtros: criam uma percepção limitada da realidade e da própria identidade. Quando não questionadas, elas conduzem a vida para um lugar de repetição - escolhas baseadas no medo, necessidade de aprovação ou fuga da dor. É por isso que, após trabalhar o desbloqueio dessas crenças, abrimos espaço para o que realmente importa: o resgate dos valores e princípios que sustentam a essência de cada pessoa.

 Reconhecer seus valores e princípios é como acender uma luz interna que ilumina o caminho de volta para a sua identidade. Quando você se distancia desses fundamentos, é comum viver segundo expectativas externas, papéis sociais ou crenças herdadas que não refletem quem você é de fato. Mas quando se pergunta:

  • O que é inegociável para mim?

  • O que dá sentido às minhas escolhas?

  • O que me move de dentro para fora?

...você começa a traçar a linha que separa a persona construída pela sociedade da sua identidade.

  Os valores funcionam como bússolas: apontam a direção daquilo que você deseja construir no seu mundo interno e externo. São como pontos cardeais que orientam a rota mesmo quando há neblina. Liberdade, autenticidade, lealdade, compaixão, disciplina - cada pessoa possui um conjunto único que, quando reconhecido, se torna guia para decisões mais conscientes.

 Já os princípios são as raízes: firmam você no chão da sua história, sustentam sua voz e dão consistência às suas ações. Enquanto os valores mostram para onde você quer ir, os princípios definem como você vai caminhar. Por exemplo: um valor pode ser “verdade”; o princípio correspondente seria “agir com transparência, mesmo em situações difíceis”. 

 Quando valores e princípios estão claros, suas decisões deixam de ser reativas e passam a ser proativas e coerentes. Você deixa de se mover apenas para evitar dor ou buscar aprovação, e passa a se mover em alinhamento com aquilo que já faz parte do seu núcleo interno. Isso muda completamente a forma como você se posiciona, se relaciona e conduz sua vida.

 Alinhar valores e princípios à vida prática é o que transforma identidade em presença. É nesse ponto que você deixa de viver em função da validação externa e começa a agir a partir do seu centro. Essa coerência fortalece a identidade real, que não precisa de máscaras, comparações ou personagens, porque já se reconhece no que acredita, sente e pratica.

 No fundo, reconhecer e ativar a própria identidade não é um processo de acrescentar algo que falta. É, antes, um ato de lembrança: recordar o que sempre esteve em você e permitir que esse núcleo conduza cada passo. É o retorno ao seu eixo, ao centro da roda - o lugar de onde emana clareza, propósito e liberdade.

Exercício prático para reconhecer seus valores

  1. Pegue um papel e escreva três momentos da sua vida em que você se sentiu plenamente vivo(a), em paz consigo e com suas escolhas.

  2. Para cada momento, anote quais sentimentos estavam presentes (ex.: liberdade, alegria, segurança, conexão, coragem).

  3. Escolha 3 deles

  4. Agora, observe: esses sentimentos apontam para seus principais valores.

  5. Questione: De que forma tenho honrado esses valores na minha vida hoje? Como posso alinhar minha conduta aos meus valores?

  Esse exercício simples abre um portal de autoconhecimento. Para alinhar sua conduta aos seus valores, é necessário reconhecer e ativar os princípios que sustentam suas ações. 


 Exercício prático: identificando seus princípios

  1. Feche os olhos e imagine uma roda girando. No centro dela existe um ponto imóvel: o núcleo. Esse é o espaço dos seus princípios.

  2. Pergunte a si mesmo: O que dentro de mim nunca mudou, independentemente das fases da vida, sucessos ou fracassos?

  3. Anote três situações de épocas diferentes (infância, juventude, vida adulta) em que você se sentiu plenamente você. Observe: qual elemento se repetia em todas?

  4. Esse elemento é um princípio - algo que não se altera com o tempo e que sempre orienta suas escolhas, mesmo quando você tenta ignorar.

  5. Dê nome a ele e pergunte: De que forma esse princípio pode se expressar mais nas minhas ações hoje?

  Esse exercício simples abre um portal de autoconhecimento. Os valores indicam as direções, mas é ao reconhecer seus princípios - esse núcleo imutável - que você sustenta sua identidade em qualquer circunstância.

Para você refletir:

  • Sempre haverá coerência entre princípios e valores?

  • Identidade e Consciência Superior são a mesma coisa?

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