O que aprendi com o tarot e a astrologia?
Minha natureza não se contenta com o superficial. Quero sempre ir mais fundo, acessar o que move e causa. Aprecio a complexidade da mente e dos comportamentos humanos, e é nesse contexto que a astrologia e o tarot se tornam ferramentas poderosas de compreensão.
Digo ferramentas, porque algo que aprendi com elas é que não existe verdade absoluta. As inúmeras forças que integram e interagem na psique de cada pessoa - moldando vontade e ação - são mais fortes do que qualquer trânsito astrológico, arquétipo ou energia que possa ser interpretada por oráculos.
Por exemplo: você pode estar passando por um trânsito altamente favorável, mas, por algum motivo, decidir não agir - e a oportunidade se perde. Alguém extremamente compatível pode entrar na sua vida, mas suas próprias formas de processar a realidade e emoções, condicionadas por traumas, podem destruir essa conexão.
A vontade humana, manifestada nos comportamentos, é a força mais poderosa na construção do destino. Nem mesmo uma vontade divina é capaz de modificá-la por completo, como vemos na história do rei Saul: Deus havia escolhido Saul para governar Israel, mas sua desobediência e escolhas pessoais o afastaram do caminho que lhe fora destinado, mostrando que mesmo um plano divino depende da ação e da vontade do homem.
O tarot e a astrologia falam de energias predominantes, potenciais e planos possíveis, mas é o homem que, com suas próprias mãos, escreve seu destino. Frequentemente, desviamo-nos do que a vida nos oferece de mais belo, justamente por não observarmos ou não controlarmos nossas vontades e comportamentos.
Por isso, essas ferramentas devem ser usadas como instrumentos de análise, e não como determinantes de conduta. Muitas vezes, a realidade se mostra por si mesma, sem necessidade de cartas ou mapas. No entanto, o ser humano, em sua insegurança natural, busca validação externa. Quando mostramos cartas de tarot ou rabiscos de um mapa, nossas palavras ganham força e nossa intuição se confirma - e a mente encontra paz. Essa necessidade de validação externa é uma ferida humana profunda, que muitas vezes dirige vontades e comportamentos. Até que essa ferida seja curada e guiada por uma consciência maior, os potenciais revelados por tarot ou astrologia são pouco aproveitados.
No campo dos relacionamentos, observo que as coisas são como são. Pessoas podem sintonizar frequências mais positivas ou negativas de seus mapas, mas sua vontade e suas escolhas sempre determinam a direção que seguirão. O tarot e a astrologia revelam caminhos possíveis, mas somente o próprio homem pode conduzir a proa e remar, e isso pesa muito mais do que qualquer compatibilidade astrológica ou energia favorável detectada nas cartas.
Em resumo: essas ferramentas auxiliam, esclarecem e apontam possibilidades, mas é a vontade humana, manifesta nos comportamentos, que constrói o destino e transforma potenciais em realidade.
Para você refletir, enquanto os próximos textos não saem:
O quanto minhas ações estão alinhadas com minhas vontades?
O quanto minha vontade é direcionada para obtenção de validação externa?